terça-feira, 4 de maio de 2010

Aos que vivem morrendo




Aos que vivem morrendo
Ou
Aos que morrem todos os dias
Ou
Aos homens que são humanos 

(Início do poema)

Não escrevo às almas
ou para as mentes que ralham
este poema;
escrevo ao corpo,
ao corpo que se contorce na cama
por comichão, fome e frio,
que vai à luta através do sonho
e por isso dorme a maior parte do
tempo.
No sono in sonho, coabitam,
bolinam as ninfas, ninfetas
e impúberes.

(o poema foi até aqui.)

Dito este e tantos outros que
meus dedos ainda lançarão
a vós, corpos inutilizados,
inutilizáveis, ojerisados por
esta doença infectocontagiosa
que fissura seus lábios,
efemina seus músculos
e bebe da umidade de seu corpo.

Só a vós vou e também
unicamente ao vosso reino.
Da minha “Laia”

Não viverá
o homem que protege sua carne
dos forasteiros.
Carne Exposta 

Outrora,
a vida com sua teoria newtoniana
atrozmente nos feriu,
sangremos por ruas,
nos alojamos como mendigos em albergues
de uma decadência inimaginável.

Minha “Laia”, desperta!
somos anos-luz de distância superiores;
deixem a mendicância, não há mais pelo qual
assumirmos os vícios, as ignorâncias e
vilezas da laia deles, a César o que é de César,
o embrutecimento da alma àqueles que não lapidados
já são.

Somos da minha “Laia”,
de alguma forma somos superiores,
somos realmente humanos que
entendem sobre como a roda toca
e o porque do lamento descabido.

Seja da minha “Laia”,
largue sua covarde segurança,
deixe que as sedas deslizem do seu corpo ao chão,
aposente sua velha máscara cubista,
confronte-os como um bom soldado civil que é;
saiba que a nossa liberdade vai
até onde os nossos medos nos impelem a parar,
resista-os e eles já não serão mais obstáculos
intransponíveis.

Vem,
da minha “Laia”
contando contigo,
já somos o mundo.

domingo, 2 de maio de 2010

sensibilidade
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sensibilizado

Chá das Cinco - Parte II

Se nosso passado é tomado
em xícaras de café ou chá,
o meu é apenas registrado
em caligrafia crua.

Meu passado
vira poema ou toada,
é que poeta têm existência breve
sofre da doença “inadequado”,
por isso escreve,
prega as situações
ao pé de sua cama
e faz delas cárceres domésticas.

E o único contato
com o “Abre-te Sésamo”,
o mundo que Deus fez em seis dias,
é o chá que em discurso sucinto
acaba no quinto e descansa no sexto.

O sétimo...
o sétimo que se dane.