Venera a existência daquilo que te compromete
porque estamos nesse eterno dilema de amar o que nos mata.
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sábado, 18 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Poemas Curtos (Completo)
perdi o senso de justiça.
Não que me fosse preciso
julgá-las impróprias,
mas sim, a falta de sentir na fala
a resoluta ardência de quem
diz que isto é Isto.
\
e logo se estender sobre o chão,
as nuvens que pairaram sobre o dia.
\
enquanto for noite
e o indistinguível branco
perdurar em descanso
sobre a paisagem.
Eu, menino, pisei descalço o branco noturno...
\
Eu, menino, pisei descalço o branco noturno
e tolhido de dizer que sentia frio,
emudeci...
\
porque cumula a morte sobre a língua
ou engole e lhe envolve
de maior silêncio.
Como uma porta que não range
é perdida de sentido,
a que range
é teoria cinéfila de horror.
\
Depois de tanto silêncio,
é natural que queira do estilhaço
o momento da quebra.
\
Sim,
a resposta será continua
e esgarçada até que se invalide
por decisão própria ou que por ventura
desabe o mundo.
Percorrendo-se o tempo,
o grito muda de tom, ora abafa, ora ufana,
mas o que lhe impinge
é a mesma dor de ontem.
\
Espere,
que meu coração é feito de matéria estranha:
nem ardido nem brando no sol da meia-noite;
aquele que se poria, não se pôs ainda:
sol antropofágico de Tarsila:
re-devoro-me
nos pequenos versos.
\
Falo isto como se ordenasse à alma
severa obediência a mim
e parece que da próxima vez que abrir a boca,
estarei no alto, nas asas de algum abutre
e como as nuvens, me deitarei em chamas
resoluto no meu direito de arder.
domingo, 22 de agosto de 2010
Puxe para baixo
“Puxe para baixo
Puxe para cima
O que lhe servir,
traga para dentro.
O que restar
jogue para fora.”
Após algum tempo de trabalho termino mais um livro de poemas chamado puxe para baixo, faltam muitos ajustes e também muito empenho na elaboração das ilustrações. Deixo aqui o prólogo e espero que em breve esteja publicando.
Abraço e milhões de agradecimentos àqueles que visitam o blog e principalmente aos meu amigos.
Prólogo
Trafegam nas ruas os mais diversificados meios de transporte. Pelo computador nos comunicamos e temos acesso às mais variadas formas de conhecimento. Visitamos teatros, cinemas, exposições, igrejas e terreiros de candomblé - acreditamos nos comunicar com espíritos-; construímos as mais incríveis obras de engenharia e mecânica; escutamos o popstar do momento e alguns até desbravam o universo numa nave espacial qualquer. Mas no fim continuamos não conseguindo nos localizar e saber pelo que estamos lutando, pois de tudo, o que sobra é o homem, que viaja entre o céu e a terra buscando o contato com a alma através do sonho, mas por ter corpo, restringe-se.
Puxe para baixo faz insurgir de suas páginas esse personagem absurdo, mas completamente possível, perambulando numa busca de extremos, saciando fomes efêmeras e querendo que fossem eternas; desejando e repelindo, crendo e descrendo numa destreza incrível, pois busca entender o porquê desse desajuste entre corpo, consciência e alma.
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