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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Poema ao pé da imagem

 


Rendido à imagem 
Imagético 
Fotografável 
Instagramável 
Em cena

Originalmente publicado em
@fazumpacto em 07 de abril de 2021


domingo, 19 de dezembro de 2010

Permita que a faca
fure olhos e respingue 
na boca o homicídio. 
Sou feitor de lendas 
e dos próximos assassinos 
que assim como eu 
continuarão deitando pelos séculos 
os homens manchados
pela covardia. 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Estranho é pôr os sonhos sobre o mar ao invés do veio de rio próximo que você me assenta.

sábado, 16 de outubro de 2010

Intento

Dei ao desejo um pedaço de fita negra
e fiz feitiço na festa de santo.
Diziam-me:
teu corpo é Rei, dança...
lança pedra no fundo do poço,
liba a terra com pinga,
acende charuto,
pede benção
e sê terreno
que é de corpo
que Deus vive.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vá lá


Vá lá
que a vida é isso aí.
Num dia se leva paulada
noutro,
lava roupa, cozinha,
arruma a casa,
dá um beijo no marido;
e vem os filhos e estão com fome;
e vem o frio anunciando o inverno
as toucas, os cachecóis, os blusões de lã,
meias grossas, pantufas estranhas
são postos no sol para tirar aquele cheiro entranhado de naftalina;
levanta-se cedo, noutro um pouco mais tarde;
há geada sobre as plantas, algumas delas não resistiram.
Às vezes alguém que sofre não é por opção
nem por destino e nesse destino inclua-se genética e afins,
é por outra coisa que ninguém sabe,
é melancolia aguda
e para essas coisas
vá lá, que a vida é isso aí
e não há mistério nisso.

domingo, 29 de agosto de 2010


Esqueça a modernidade:
o contemporâneo é orgânico.

Não é preciso que se forjem chegadas e partidas,
nem que se coloque o homem dentro
de máquinas de aço e se precipite o processo:
das mãos surgirá naturalmente
o ser instintivo, àquele,
que de pré-histórico se resignou.
___________________________________

Poema também publicado no blog de Sylvia Beirute. Sylvia, muito obrigado pelo gesto.



segunda-feira, 9 de agosto de 2010

As obrigações entre dois

Porque não corresponde eu estranho.
Para que veja
desconfiguro o rosto com trejeitos
enfio as mãos nos bolsos
assento-me

terça-feira, 27 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Manifesto poético ao . poe M arte . (2 anos de blog)

MANIFESTO POÉTICO AO . POE M ARTE .
MANIFESTO POÉTICO AO . POE M ARTE .
MANIFESTO POÉTICO AO . POE M ARTE .


preso num padrão estético miserável
faço arte para impor meus preconceitos.
subversivo é o ato
subversão é o palco.

Nota: 

As palavras de 2 anos atrás continuam com a mesma força hoje.
Clique aqui! 

sábado, 17 de abril de 2010

Motel

Motel


Alta noite
e na cidade vão-se morrendo os amantes.
Atrás deles
vou juntando seus vestígios largados pelo chão
até que fique tudo limpo.

Para alguns foi dado o direito de amar,
para outros,
o dever de guardar esse direito.
(ofício poético)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Poesias de Transfiguração - Início

A palavra deste poema é:             
transfiguração
Para os próximo versos, repita:     
transfiguração
e aos outros, aqueles que não entenderam e não sabem nada do mistério poético, 
comece novamente

A palavra deste poema é:

transfiguração

Para os próximo versos, repita:     
transfiguração





quarta-feira, 31 de março de 2010

Epigrama nº 5

Para o blog, uma nova fase. Agora, são eles que dominarão por aqui, estes seres feitos de alguma coisa, nem monstros, nem humanos, nem extraterrestres. Talvez seja o sentimento travestido, talvez fantasias. Espere que ainda não estamos em nenhuma utopia feérica; isto nem é futuro, nem é passado, nem é presente. Aqui o tempo não se conta se escuta
click clock click clock click clock click clock.
e a falta de sentido é o que fará todo sentido.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Poema Brasileiro

"Depois de tantas idas e vindas nessa busca de ectoplasmas - tornei-me quase um caça fantasmas -, este é um poema despreocupado com tudo."
Beijos do Rafa
Poema Brasileiro


Agora não,
deixe pra depois
que o arroz tá no fogo
e ele pede atenção;
o fogo é alto
a água tá secando
logo, logo é o futuro
com fome de mistura de feijão.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A Palavra se fez carne e habitou entre nós



1

A Palavra quando se fez carne
e construiu seu templo abstrato no deserto
falou primeiro ao poeta, o mesmo em si,
em rompante de excentricidade criou o arcano
do verbo.

2


O Poeta quando se fez palavra
e primeiro letrado emocional
tornou-se num sacrílego,
escriturou depois do teti a teti
um amor subversivo
e todos os herdeiros e suas cromossômicas letras
hoje padecem da dor do não amado.



Lábios devotos debruçados sobre a fôrma alfabética,
a Palavra de tão forte
foi ao mundo dos cegos e surdos e leprosos,
escancarou com túmulos, chegando
onde o poeta e seu prelo não ousam proximidade.
Todos, então,
daqui até a travessia da linha do tempo,
aprenderam uma linguagem equivalente
e inexpressiva destituída de sentido.

4

A Palavra quando se fez carne e habitou entre nós,
sabia que de todo não era tão imbuída de importância
e que sua estadia na Terra seria breve
sabia que as dores e alegrias poderiam ser expressas
por lágrimas e sendo assim se fez dispensável.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Buroamor

Buroamor é um poema lá de 2008, pelo menos é como está arquivado na pasta dos meus documentos. Tal como o poema Mudança, este continua sendo muito significativo pra mim. Bom poema.

Não deveria ter dito que te gosto
por que quando disse,
inevitavelmente assumi o compromisso 
em ter que te gostar.

Minha palavra quando proferida
se torna lei, fato, concreto-armado,
e me rendo a ela com devoção,
ajoelho-me diante dela para que
me açoite.

Não deveria ter dito que te quero
por que quando disse,
inevitavelmente assumi o compromisso 
em ter que te querer.

Minha palavra quando proferida
é bem inalienável, vibração mentirosa,
porém, que como ferida de sarampo
adquirida durante a infância, perdura
por toda sua vida, mesmo que porventura 
venha a se ocultar debaixo dos seus pêlos.

Agora, temo dizer que lhe amo,
Temo por que dizendo... 
Temo, e temer é atestar com letras
de imprensa no meio da testa 
que lhe amo, pois segundo minhas
teorias psico-psicanalíticas-de-botequim
temer que determinado sentimento se manifeste
é basicamente afirmar que você já o têm sentindo,
já o têm enraizado, já o têm pendurado na 
sua garganta

e que você quer exteriorizá-lo 
pois que esse segurar-se já lhe
põe dores nas juntas;
pois que esse abster-se já lhe
têm deixado muitas noites acordado,
muitos dias acordado pensando no porvir da noite 
na qual, por mais uma vez, não conseguirá dormir.

Eu o amo
e escuto uma canção em francês,
e passo a amá-lo definitivamente

agora

agora que disse
agora que o momento passou a existir.