II
No círculo da Bruxa
acenaram positivamente para mim
que sim! sim,
haviam percebido minha chegada
antes mesmo de ali me fazer presente
de me sentir presente
corpo e mente
num deslocamento improvável
de despertencimento
nem onde estive, nem onde estava
(...)
embora pudesse lhes trazer à mente
um quadro de Francisco de Goya:
figuras míticas do assombro:
bestas deglutindo crianças
como quem aperitiva pedaços de frango;
bruxas em seu trajes miseráveis
em torno de um diabo a sorrir,
de chifres e guirlandas,
tudo
sobre um fundo escuríssimo
como nos olhos negros
do menino que há pouco vi na foto.
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