Mais do que isto que me diz,
aquilo que me reparte longe das tuas palavras:
a liberdade coesa que existia
em mim antes do encontro.
- Eu tinha uma liberdade que entendia antes de ti.
Busco-me no espelho,
mas o corpo está fragmentado, e em cada parte que fora lançado pelas ruas,
pedaços de memórias caóticas impossíveis de jungir.
Quero tudo de novo,
os meus 18 anos aos 22
sem remorsos,
sem recalques,
sem teus trejeitos
que emergem em mim
no modo que agora sorrio
e me lavo.
sábado, 19 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
atenção
Entenda minha sensibilidade,
entenda meu choro.
Não é à toa o cigarro acesso na mão esquerda,
o vinho servido, o livro de poemas aberto sobre a mesa.
Entenda minha humanidade,
a minha necessidade de te ler um poema,
de provocar-te estas palavras,
estes desamparos de afeto.
Quando decidi escrever este poema,
tinha os olhos feridos de sal;
o corpo fragmentado e inútil e sofrido
por tanta beleza sendo lançada fora.
(tantas angústias que poderiam ser evitadas,
não fossem as mesquinharias e a falta de vontade
dos homens.)
Entenda minha sensibilidade.
Consola-me, não porque estou fraco, porque ninguém é fraco,
mas porque teu abraço e tuas palavras
restituem minha humanidade.
entenda meu choro.
Não é à toa o cigarro acesso na mão esquerda,
o vinho servido, o livro de poemas aberto sobre a mesa.
Entenda minha humanidade,
a minha necessidade de te ler um poema,
de provocar-te estas palavras,
estes desamparos de afeto.
Quando decidi escrever este poema,
tinha os olhos feridos de sal;
o corpo fragmentado e inútil e sofrido
por tanta beleza sendo lançada fora.
(tantas angústias que poderiam ser evitadas,
não fossem as mesquinharias e a falta de vontade
dos homens.)
Entenda minha sensibilidade.
Consola-me, não porque estou fraco, porque ninguém é fraco,
mas porque teu abraço e tuas palavras
restituem minha humanidade.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Fragmento
Então, repito o poema até que não me atinja mais pela simples necessidade de ultrapassá-lo, como se ultrapassa um obstáculo...
porque palavras são muito mais que simples obstáculos, são dragões chineses serpenteando pelas ruas de Pequim em dias de adoração. Todos param, querem-nos destruídos, ardidos em fogo. Empunham tochas intumescidas de querosene, tomam coragem para atear fogo, mas recuam e adoram. Inventam estratagemas, desejam um novo tempo, redefinem os versos, e a memória do poema se firma para longe do esquecimento.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Homossexuais, viadinhos, travestis, facebook e a porra da liberdade de expressão
Que consistência tem o argumento desse tipo de imagem?
É gerado por quem: homossexuais ou heterossexuais?
Qual o compromisso com o ser humano?
No livro A Casa dos Budas Ditosos de João Ubaldo Ribeiro, sua personagem principal expõe sobre as facilidades que só a atualidade pode nos disponibilizar: novas tecnologias de informação; gadgets que nos fazem super-humanos como um ciborgue; possibilidade de convívio globalizado... para no fim, nos descobrirmos como simples humanos repletos de preconceitos e hipocrisias que não nos deixam combater o “atraso”.
Somos muito atrasados. Que diferença há entre um homossexual, um viadinho e um travesti? Não vejo nenhuma, ou vejo? Claro que vejo: o modo como escolheram viver suas sexualidades, se é que é possível definir como uma escolha, no entanto isto não é propriamente positivo ou negativo. Mas a pergunta que faço é: o que importa tudo isso? Em que momento um homossexual, um viadinho ou um travesti são diferentes essencialmente falando? E por que a necessidade de forjarmos um personagem másculo pré-histórico quando somos apenas seres humanos querendo compartilhar da vida e seguir em frente?
Os "machões" frequentam a academia, tomam suplementos, ficam sarados, depilam o cuzinho, e à noite procuram sexo fácil com menininhos afeminados ou mesmo travestis, mas enchem a boca para dizer que desaprovam homossexuais “bandeirosos”. No facebook compartilham imagens e pensamentos tão medíocres que só surtem efeito aos mais tolos, porque acham que minimizarão o preconceito que sofrem, subjugando outros comportamentos diferentes dos seus.
Que mundo é este que estamos formando? A quem estamos querendo convencer? E por que teimamos em dizer aos outros que suas necessidades são inadequadas, e que deveriam seguir por outro caminho para serem melhores aceitos?
Quanto mais nos instruímos, menos estamos nos tornando melhores como humanos; geramos mais preconceitos e hipocrisias em pró de uma sociedade Kitsch, vazia e atrasada.
Devemos, sim, combater o atraso, é uma dívida individual para com o todo. Não é questão de tomar partido do que é certo ou errado, é antes uma maneira de conquistarmos respeito como seres humanos e vivermos com ética.
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