Três pingos d’água.
Ao chão chegarão dois.
Para reafirmar a poesia
um se perderá no espaço.
Três estalos no telhado
reconhecerão dois gatos.
Para reafirmar a poesia
um será desconhecido.
Três batidas na porta
abrirão duas.
Para reafirmar a poesia
uma continuará fechada.
-Quando conquisto o mistério,
logo arranjo um jeito de deixá-lo
mudo.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
recapitulando I
Como me reaproximar de ti?
É a pergunta que me faço constantemente.
Penso em inúmeras possibilidades e destas
o que me resta é a idéia de lhe enviar
meus cabelos e unhas aparados via correio.
Parece sujo, mas estes são os pedaços que já não doem.
É a pergunta que me faço constantemente.
Penso em inúmeras possibilidades e destas
o que me resta é a idéia de lhe enviar
meus cabelos e unhas aparados via correio.
Parece sujo, mas estes são os pedaços que já não doem.
Ultimamente, tenho me dado ao luxo de não sofrer.
Vejo-te velho e tua velhice se reconhece em mim
como parte de algo que ainda virá a ser.
Um ponto de partida entre o sim e o perverso,
a negação e a subida no ônibus.
Reencontro-o porque me persegues.
Não te busco e mesmo assim
enches tua cesta e continuas freqüentando os mesmos lugares que eu.
Vejo-te velho, porque me é semelhante a todos os
rostos que me cruzam pelo centro da cidade.
Teu rosto é comum.
Tua beleza carrega um velho encarquilhado
cuspido de fumaça e cotidiano.
cuspido de areia e vento.
E isso tudo é retórica.
São os fatos que recobro todos os dias.
Aleatoriamente escolho músicas que me remetam a ti.
Seguro tua mão imaginária e a empurro por entre minhas coxas.
Logo a beijo – Sou teu príncipe.
Cavalgo num cavalo branco clichezado de pureza,
medievo e por isso sujo como a peste que por insalubridade matou.
Tu, tu te sujas em mim e disso tenho certeza.
Farejas-me a distância porque me queres constrangido,
picotando retalhos, fugindo de contrariedades recorrentes do acaso.
Tu já foste meu personagem,
atuou naquela peça sobre mocinhos que eram
na verdade vilõezinhos travestidos
que falavam contundentemente frases de impacto e
a platéia em frenesi, extasiava-se nos atos e os julgava
erroneamente: - Deveriam ficar juntos!
Também acho, assim como acho muita coisa.
Devíamos ficar juntos, entediando-se um com outro,
porque a liga do amor é o tédio.
Sem monotonia, desconsidera-se o conceito
Releio.
como parte de algo que ainda virá a ser.
Um ponto de partida entre o sim e o perverso,
a negação e a subida no ônibus.
Reencontro-o porque me persegues.
Não te busco e mesmo assim
enches tua cesta e continuas freqüentando os mesmos lugares que eu.
Vejo-te velho, porque me é semelhante a todos os
rostos que me cruzam pelo centro da cidade.
Teu rosto é comum.
Tua beleza carrega um velho encarquilhado
cuspido de fumaça e cotidiano.
cuspido de areia e vento.
E isso tudo é retórica.
São os fatos que recobro todos os dias.
Aleatoriamente escolho músicas que me remetam a ti.
Seguro tua mão imaginária e a empurro por entre minhas coxas.
Logo a beijo – Sou teu príncipe.
Cavalgo num cavalo branco clichezado de pureza,
medievo e por isso sujo como a peste que por insalubridade matou.
Tu, tu te sujas em mim e disso tenho certeza.
Ultimamente, uso o ultimamente como certeza de hoje.
picotando retalhos, fugindo de contrariedades recorrentes do acaso.
Tu já foste meu personagem,
atuou naquela peça sobre mocinhos que eram
na verdade vilõezinhos travestidos
que falavam contundentemente frases de impacto e
a platéia em frenesi, extasiava-se nos atos e os julgava
erroneamente: - Deveriam ficar juntos!
Também acho, assim como acho muita coisa.
Devíamos ficar juntos, entediando-se um com outro,
porque a liga do amor é o tédio.
Sem monotonia, desconsidera-se o conceito
Releio.
Procuro a imagem práxis que dê acesso a todos.
Reencontro.
Segundo Ato
Há uma porta onde todos transpassam.
A porta na qual nos perdemos racionalmente;
que entreaberta indaga, corrompe, permite.
A que ultimamente o reencontro intoxicado
de falsas perspectivas porque quando ela suspira
nos teus olhos, estremeces e absténs.
Pita às baforadas contínuas de teu cigarro
e na fumaça me ama.
Terceiro Ato
Perder-se de fato, é fácil.
Em certos momentos a vida me disse:
- Intoxique-se!
Fumo.
Estremeço.
Sigo.
-Apaixone-se!
Aqui estou.
Há uma porta onde todos transpassam.
A porta na qual nos perdemos racionalmente;
que entreaberta indaga, corrompe, permite.
A que ultimamente o reencontro intoxicado
de falsas perspectivas porque quando ela suspira
nos teus olhos, estremeces e absténs.
Pita às baforadas contínuas de teu cigarro
e na fumaça me ama.
Terceiro Ato
Perder-se de fato, é fácil.
Em certos momentos a vida me disse:
- Intoxique-se!
Fumo.
Estremeço.
Sigo.
-Apaixone-se!
Aqui estou.
Quarto Ato
Transponho e me acomodo ao teu lado.
Obviamente não o encontro, igualmente nem existes.
Mas te suponho e guardo em imagens surreais
que faço de ti, o mantenho preso em qualquer parte.
És merecedor de todas as crueldades e alegrias que comunico
Tinjo tudo isto com teu tom de pele perturbada
pois assim o entendo por completo.
Ralho meu corpo no teu,
pinto-me com tua cor puída nos punhos
e mancho teus lábios com palavras vagas,
porque me lês e nisto te reconheces,
negas, mas releva.
Transponho e me acomodo ao teu lado.
Obviamente não o encontro, igualmente nem existes.
Mas te suponho e guardo em imagens surreais
que faço de ti, o mantenho preso em qualquer parte.
És merecedor de todas as crueldades e alegrias que comunico
Tinjo tudo isto com teu tom de pele perturbada
pois assim o entendo por completo.
Ralho meu corpo no teu,
pinto-me com tua cor puída nos punhos
e mancho teus lábios com palavras vagas,
porque me lês e nisto te reconheces,
negas, mas releva.
recapitulando
Das dedicatórias escondidas
ou
Das dedicatórias que não lhe dediquei
ou
Ao meu amor
Das dedicatórias escondidas
perfilam-se nos lábios
e repousam.
Extremamente cautelosa
a confissão contida e paciente
convulsiona-se
e sobre teu ouvido
derrama-lhe o amor sutil e refinado
com bendita dose de acanho,
porque quem ama
enrubesce a face
e carrega em si um vermelho doído de ausência e prontidão.
ou
Das dedicatórias que não lhe dediquei
e foram muitas,
Mas todas foram possíveis poemas
em cada verso enrodilhava teu corpo
num lirismo absurdo
de te amo
te amo
te amo
te amo
ou
Ao meu amor
Amo
antes do primórdio
de te conceber como idéia de amor
antes das palavras indiscretas
que te disse uma vez.
Por que já te amava na suposição,
e na construção abstrata
te enchia de ares
lambia teus dedos sujos,
e no teu corpo dançava
pintado a vermelhão.
Com cinzéis te reinventava a grosso modo
te reproduzia esculpido em versos,
e na minha língua sibilava vontades
que forçosamente te serviam como passe
até mim.
ou
o poema tentativa
como na teoria do Big Bang
acumular-se-ia na ponta de um
alfinete
e recriaríamos o universo.
ou
- Eu sempre te amei
você só não tinha aparecido antes.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Mais que os artrópodes
"Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.Tudo que não fala, faz."
(adélia prado - amor feinho)
O meu amor é macérrimo e doido por sexo.
Carrega rosário nos domingos,
nos outros dias
faz a via crucis do meu corpo.
Não entrou na minha vida
arrombando portas,
tampouco pediu permissão.
Foi enrodilhando corpo
feito minhoca
corpo e terra
corpo e terra
corpo e terra
quando se percebeu
já estava com as raízes.
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