Alienação poética
ou
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Trabalho em cima de afirmações
e deixo o futuro para depois
como tudo aquilo que não me significa.
Com uma enxada numa das mãos,
colho o que me pertence
e deixo passar o resto:
faço da terra meu único espaço;
nela nunca planto ou fecundo nada,
apenas desperto se houver o que despertar:
às vezes estão todos surdos e não imploro que me ouçam,
é uma questão de desencontro.
a minha poesia só entende mais com mais,
mais com menos ou vice-versa é desencontro.