sábado, 13 de fevereiro de 2010
A Palavra se fez carne e habitou entre nós
1
A Palavra quando se fez carne
e construiu seu templo abstrato no deserto
falou primeiro ao poeta, o mesmo em si,
em rompante de excentricidade criou o arcano
do verbo.
2
O Poeta quando se fez palavra
e primeiro letrado emocional
tornou-se num sacrílego,
escriturou depois do teti a teti
um amor subversivo
e todos os herdeiros e suas cromossômicas letras
hoje padecem da dor do não amado.
3
Lábios devotos debruçados sobre a fôrma alfabética,
a Palavra de tão forte
foi ao mundo dos cegos e surdos e leprosos,
escancarou com túmulos, chegando
onde o poeta e seu prelo não ousam proximidade.
Todos, então,
daqui até a travessia da linha do tempo,
aprenderam uma linguagem equivalente
e inexpressiva destituída de sentido.
4
A Palavra quando se fez carne e habitou entre nós,
sabia que de todo não era tão imbuída de importância
e que sua estadia na Terra seria breve
sabia que as dores e alegrias poderiam ser expressas
por lágrimas e sendo assim se fez dispensável.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Buroamor
Buroamor é um poema lá de 2008, pelo menos é como está arquivado na pasta dos meus documentos. Tal como o poema Mudança, este continua sendo muito significativo pra mim. Bom poema.
Não deveria ter dito que te gosto
por que quando disse,
inevitavelmente assumi o compromisso
em ter que te gostar.
Minha palavra quando proferida
se torna lei, fato, concreto-armado,
e me rendo a ela com devoção,
ajoelho-me diante dela para que
me açoite.
Não deveria ter dito que te quero
por que quando disse,
inevitavelmente assumi o compromisso
em ter que te querer.
Minha palavra quando proferida
é bem inalienável, vibração mentirosa,
porém, que como ferida de sarampo
adquirida durante a infância, perdura
por toda sua vida, mesmo que porventura
venha a se ocultar debaixo dos seus pêlos.
Agora, temo dizer que lhe amo,
Temo por que dizendo...
Temo, e temer é atestar com letras
de imprensa no meio da testa
que lhe amo, pois segundo minhas
teorias psico-psicanalíticas-de-botequim
temer que determinado sentimento se manifeste
é basicamente afirmar que você já o têm sentindo,
já o têm enraizado, já o têm pendurado na
sua garganta
e que você quer exteriorizá-lo
pois que esse segurar-se já lhe
põe dores nas juntas;
pois que esse abster-se já lhe
têm deixado muitas noites acordado,
muitos dias acordado pensando no porvir da noite
na qual, por mais uma vez, não conseguirá dormir.
Eu o amo
e escuto uma canção em francês,
e passo a amá-lo definitivamente
agora
agora que disse
agora que o momento passou a existir.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
domingo, 31 de janeiro de 2010
I'll come
1-
O homem ereto
Pose straight
Imóvel falo criador.
2-
Seios in homem
A antagônica forma
De ser andrógino.
3-
Quem sabe três?
O seu indicador
O médio dele e o meu anular.
4-
Nós fazemos a forma
Assadeiras complexas
In that position.
5-
A língua
Musculatura miraculosa
cursando outras contrações.
6-
The decision?
Are you passive or active?
I’m versatile.
7-
A conquista da versatilidade,
Abra-me
Introduce me your words.
8-
Meio grotescos
Nossas formas
Dois homens e seus pênis eretos
9-
A iniciação of pleasure
Sêmen irrequieto
Sobre minhas costas vergadas.
10-
Voltamos ao UM
Circunferência que circunda
Ofegante o objeto do desejo.
Stick in ass
I’ll come.
O homem ereto
Pose straight
Imóvel falo criador.
2-
Seios in homem
A antagônica forma
De ser andrógino.
3-
Quem sabe três?
O seu indicador
O médio dele e o meu anular.
4-
Nós fazemos a forma
Assadeiras complexas
In that position.
5-
A língua
Musculatura miraculosa
cursando outras contrações.
6-
The decision?
Are you passive or active?
I’m versatile.
7-
A conquista da versatilidade,
Abra-me
Introduce me your words.
8-
Meio grotescos
Nossas formas
Dois homens e seus pênis eretos
9-
A iniciação of pleasure
Sêmen irrequieto
Sobre minhas costas vergadas.
10-
Voltamos ao UM
Circunferência que circunda
Ofegante o objeto do desejo.
Stick in ass
I’ll come.
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