domingo, 30 de junho de 2013
Poema
Escondi-me atrás da prece,
Como atrás de um escudo
Que se empunha diante e contra
A espada reluzente;
Como atrás de uma estante
Que se empurra para dificultar
A entrada do psicopata num filme de
(suspense).
A minha terceira perna brota novamente,
Forte o suficiente para derrubar paredes a pontapés.
Como atrás de um escudo
Que se empunha diante e contra
A espada reluzente;
Como atrás de uma estante
Que se empurra para dificultar
A entrada do psicopata num filme de
(suspense).
A minha terceira perna brota novamente,
Forte o suficiente para derrubar paredes a pontapés.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Uma forma para Otávio
V
Quero falar das mãos de Otávio. As mãos de Otávio são angulosas, de dorso trapezoidal e veias saltadas. Sempre que as move, vejo o pulsar delas e o calor que delas dissipa. Mãos com dedos longos e de pelos adensados sobre cada falange. Sua palma desenha um M perfeito, o que significaria para a cigana um homem de personalidade forte. Seja lá o que for “um homem de personalidade forte”. Interessa-me mesmo o próximo movimento, o próximo objeto que tocará e o que com ele fará. Meus olhos estalam para aumentar a atenção, a ponta da minha língua lança-se para umedecer os lábios desejando ansiosa que o próximo objeto seja meu rosto e todo o resto do meu corpo.
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