Dia a dia seu nome fica mais distante junto a sua imagem já borrada. Nem lembro mais de como você tomava a xícara e se servia de café. O rangido dos dentes mordendo a maçã me acordando pela manhã. Tudo fica distante, longe do que era quando existia. A distância é muito boa, e o tempo o manjar de Saturno, o destrutor, a enforcar tudo com seus anéis, a arrefecer as lembranças nas pregas da memória. Mas penso se ao escrever isto, não estou diminuindo a distância fantasmagórica da tua face frente a minha. A minha em frente a um espelho. O nosso passado ressurgido. Então, voltas a me assombrar nos sonhos com teu sexo de íncubo, o teu sêmen recém-colhido na boca de um cálice alimentando os homúnculos do nosso amor.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Matéria
Perguntas-me se tenho nojo...
Absolutamente não!
É na matéria que sai de ti
que me transubstancio em alegria.
Teu cuspe na minha boca.
A minha língua cunilíngua.
A tua matéria cinzenta.
O meu prazer escatológico.
Absolutamente não!
É na matéria que sai de ti
que me transubstancio em alegria.
Teu cuspe na minha boca.
A minha língua cunilíngua.
A tua matéria cinzenta.
O meu prazer escatológico.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
"aspas"
Estou ansioso, por isso o traço ansioso.
Sai tudo torto. Do quadrado ao sublinhar das palavras.
Nada é mais difícil do que sublinhar o que é importante.
Faço aspas,
são as aspas do poema “”,
são as aspas do “amor”.
Sai tudo torto. Do quadrado ao sublinhar das palavras.
Nada é mais difícil do que sublinhar o que é importante.
Faço aspas,
são as aspas do poema “”,
são as aspas do “amor”.
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