Que consistência tem o argumento desse tipo de imagem?
É gerado por quem: homossexuais ou heterossexuais?
Qual o compromisso com o ser humano?
No livro A Casa dos Budas Ditosos de João Ubaldo Ribeiro, sua personagem principal expõe sobre as facilidades que só a atualidade pode nos disponibilizar: novas tecnologias de informação; gadgets que nos fazem super-humanos como um ciborgue; possibilidade de convívio globalizado... para no fim, nos descobrirmos como simples humanos repletos de preconceitos e hipocrisias que não nos deixam combater o “atraso”.
Somos muito atrasados. Que diferença há entre um homossexual, um viadinho e um travesti? Não vejo nenhuma, ou vejo? Claro que vejo: o modo como escolheram viver suas sexualidades, se é que é possível definir como uma escolha, no entanto isto não é propriamente positivo ou negativo. Mas a pergunta que faço é: o que importa tudo isso? Em que momento um homossexual, um viadinho ou um travesti são diferentes essencialmente falando? E por que a necessidade de forjarmos um personagem másculo pré-histórico quando somos apenas seres humanos querendo compartilhar da vida e seguir em frente?
Os "machões" frequentam a academia, tomam suplementos, ficam sarados, depilam o cuzinho, e à noite procuram sexo fácil com menininhos afeminados ou mesmo travestis, mas enchem a boca para dizer que desaprovam homossexuais “bandeirosos”. No facebook compartilham imagens e pensamentos tão medíocres que só surtem efeito aos mais tolos, porque acham que minimizarão o preconceito que sofrem, subjugando outros comportamentos diferentes dos seus.
Que mundo é este que estamos formando? A quem estamos querendo convencer? E por que teimamos em dizer aos outros que suas necessidades são inadequadas, e que deveriam seguir por outro caminho para serem melhores aceitos?
Quanto mais nos instruímos, menos estamos nos tornando melhores como humanos; geramos mais preconceitos e hipocrisias em pró de uma sociedade Kitsch, vazia e atrasada.
Devemos, sim, combater o atraso, é uma dívida individual para com o todo. Não é questão de tomar partido do que é certo ou errado, é antes uma maneira de conquistarmos respeito como seres humanos e vivermos com ética.