ou
Das dedicatórias que não lhe dediquei
ou
Ao meu amor
Das dedicatórias escondidas
perfilam-se nos lábios
e repousam.
Extremamente cautelosa
a confissão contida e paciente
convulsiona-se
e sobre teu ouvido
derrama-lhe o amor sutil e refinado
com bendita dose de acanho,
porque quem ama
enrubesce a face
e carrega em si um vermelho doído de ausência e prontidão.
ou
Das dedicatórias que não lhe dediquei
e foram muitas,
Mas todas foram possíveis poemas
em cada verso enrodilhava teu corpo
num lirismo absurdo
de te amo
te amo
te amo
te amo
ou
Ao meu amor
Amo
antes do primórdio
de te conceber como idéia de amor
antes das palavras indiscretas
que te disse uma vez.
Por que já te amava na suposição,
e na construção abstrata
te enchia de ares
lambia teus dedos sujos,
e no teu corpo dançava
pintado a vermelhão.
Com cinzéis te reinventava a grosso modo
te reproduzia esculpido em versos,
e na minha língua sibilava vontades
que forçosamente te serviam como passe
até mim.
ou
o poema tentativa
como na teoria do Big Bang
acumular-se-ia na ponta de um
alfinete
e recriaríamos o universo.
ou
- Eu sempre te amei
você só não tinha aparecido antes.