segunda-feira, 23 de março de 2020

Pornô XVIII

pé no chão, coluna quase ereta e ajustada enquanto a fantasia corre solta numa hipocondria cerebral. aprendi essa com o Baudrillard. é quase um descontentamento em pensar numa única coisa com tanta coisa para ser pensada, e pensada rápida e com muito interesse mas desinteressado. Pensamento reconhecido em vício! Em compensação, aceito o floreio da  ideia de que tenho uma vontade incontida de pulverizar a mente em vários assuntos, assuntozinhos desconexos fodidos que evitam que eu siga em mim, centrado como um pequeno buda fazendo o meu rolê. clico! rolo páginas web (várias abas), um dedilhar cibernético entre lazer, prazer e trabalho, muito além do mouse. estou conectado em interesses múltiplos sociais. Sexo. penso em me masturbar sem sequer de fato sentir qualquer interesse em me masturbar naquele momento. até o tesão é pulverizado fortuitamente por um perfil qualquer. enredos longos de foda, de você abrindo a porta como um estranho tirando sua roupa de profissional retórico de encanador a médico, ou vagabundo, (mas fálico e duro), agora só fálico e duro e penetrante numa foto, ou videos de um minuto ou cobertura completa no onlyfans. o que faz você seguir adiante na serendipidade da deep web: mais uma foto, mais um perfil, mais um minuto, de todos os tipos, de todas as formas, de todos os jeitos. quem sabe um compilado de trinta minutos de cumeating e a seguir a puríssima ejaculação precoce de tags. o algorítimo imagético venceu.

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