quinta-feira, 21 de março de 2013

Quase como a história do personagem que cortava cebolas e chorava compulsivamente

Estou consumindo caquis-café e a lhes tirar suas sementes há horas. Fruta tão libidinosa e madura. É como tirar os pentelhos da boca quando se beija o outro sexo: apesar do contratempo, não se anula o prazer sentido. Como caquis-café. Como compulsivamente porque gosto de pecar pelo excesso. Quando faço qualquer coisa, faço com muita vontade e realização na busca exclusiva do prazer que se tem quando se está entupido de excesso. Então vão todos se deitar com os buchos cheios de comida, os intestinos febris por receberem o quimo não transformado em quilo. Daí que vem a ideia de que o prazer é mais psicológico do que qualquer coisa. Pura enganação. O prazer vem de fora para dentro. Vêm das coisas do mundo para tapar nossos buracos, mesmo isto soando extremamente sexual. Mas, quem no mundo não possui uma prateleira vazias que lhes enoja? Põem-se livros ou lembrancinhas de R$1,99 para mandar o vazio a merda e assim transcender em gozo. Por isso como caquis-cafés em compulsão, pelo único prazer de cuspir as sementes, tirar os pentelhos da boca, até que me encham a boca com outra coisa, porque vazia ela não se sustenta.

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