Cumpadres discutiam a existência do Diabo e Atanázio com toda sua crença, disse que se Ele aparecesse se borrava nas calças ou caía duro no chão. Passados dias, na escuridão regional do Campo Belo, Atanázio já bem acomodado na sua casa foi surpreendido por batidas na porta:
- Quem é?
-Sou eu.
-Eu quem?
-Aquele, que você tem medo!
Por inocência ou gratidão ao que acreditava, pôs-se num desespero que nem a cruz poderia conter.
-Pois me apareceu o maldito e se apresentou como Aquele, que você tem medo, vestido de capa preta; saía até fogo da goela. Agora que eu acredito.
-Capaz, homem, é coisa da tua cabeça. (rindo)
Mal sabia ele que era "vacalharia" do seu cumpadre. Dias depois, Atanázio numa ânsia de proteger seus bens disse:
-Nas minhas latas de mel, ninguém toca, só quando a morte bater na minha porta.
O cumpadre, novamente para exemplar, vestiu-se de morte.
- Quem é?
-Sou aquele de que você tem medo?
(pausa - Atanázio enfraqueceu, mas pensou, a segunda vez é demais!).
-Mas seu nome?
-Eu sou a morte e vim buscar tuas latas de mel.
Aprendida a lição, hora de roubar o mel.
- blog em recesso -
A partir de amanhã, começarei a publicar literatura e arte de outros autores. Estou querendo pôr nisto o que os outros falam de mim, que é uma outra forma de falar de si sem que te conheçam de perto. Assim, esperem muitos textos de Cecília Meirelles, Clarice Lispector, Hilda Hilst e outros, talvez desconhecidos.
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