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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A minha alegria


Minha tristeza,
eu guardo com mais cuidado
no cenho franzido.
Ou choro escondido,
porque ninguém tem nada a ver
com as minhas lágrimas.

Agora,
minha alegria,
eu deposito nos dentes,
com os lábios em regalo
apontando
(sem medo das possíveis verrugas)
a estrela que me fez sorrir hoje.

domingo, 18 de setembro de 2011

poema a 4 mãos

Poema feito por minha amiga Isadora sobre essas coisas da nossa vida.




O futuro bateu na porta do meu coração
Você me diz para não o deixar entrar
Que ele não me merece
Que ele não existe
Mas se só existe a minha imaginação louca
Que desvirtua o mundo
E que me projeta sempre pra onde não estou
Que crie então um personagem, você diz
Esquizofrênicos
Para além de mim
Que pertençam a esses mundos que teço
E o meu eu, clinicamente são
De âmago verdadeiro e inexpugnável
Que se dispense de tudo
E que te ame hoje
E só hoje
Porque senão, vira desespero
E ambos sabemos que somente aos soluços é que se dorme aí

domingo, 5 de dezembro de 2010

recapitulando I




Segundo ato

Como me reaproximar de ti?
É a pergunta que me faço constantemente.
Penso em inúmeras possibilidades e destas
o que me resta é a idéia de lhe enviar
meus cabelos e unhas aparados via correio.
Parece sujo, mas estes são os pedaços que já não doem.

Ultimamente, tenho me dado ao luxo de não sofrer.
Vejo-te velho e tua velhice se reconhece em mim
como parte de algo que ainda virá a ser.
Um ponto de partida entre o sim e o perverso,
a negação e a subida no ônibus.

Reencontro-o porque me persegues.
Não te busco e mesmo assim
enches tua cesta e continuas freqüentando os mesmos lugares que eu.

Vejo-te velho, porque me é semelhante a todos os
rostos que me cruzam pelo centro da cidade.
Teu rosto é comum.
Tua beleza carrega um velho encarquilhado
cuspido de fumaça e cotidiano.
cuspido de areia e vento.
E isso tudo é retórica.
São os fatos que recobro todos os dias.

Aleatoriamente escolho músicas que me remetam a ti.
Seguro tua mão imaginária e a empurro por entre minhas coxas.
Logo a beijo – Sou teu príncipe.
Cavalgo num cavalo branco clichezado de pureza,
medievo e por isso sujo como a peste que por insalubridade matou.
Tu, tu te sujas em mim e disso tenho certeza.

Ultimamente, uso o ultimamente como certeza de hoje. 

Farejas-me a distância porque me queres constrangido,
picotando retalhos, fugindo de contrariedades recorrentes do acaso.
Tu já foste meu personagem,
atuou naquela peça sobre mocinhos que eram
na verdade vilõezinhos travestidos
que falavam contundentemente frases de impacto e
a platéia em frenesi, extasiava-se nos atos e os julgava
erroneamente: - Deveriam ficar juntos!

Também acho, assim como acho muita coisa.
Devíamos ficar juntos, entediando-se um com outro,
porque a liga do amor é o tédio.
Sem monotonia, desconsidera-se o conceito

Releio.
Procuro a imagem práxis que dê acesso a todos. 
Reencontro. 
Segundo Ato

Há uma porta onde todos transpassam.
A porta na qual nos perdemos racionalmente;
que entreaberta indaga, corrompe, permite.
A que ultimamente o reencontro intoxicado
de falsas perspectivas porque quando ela suspira
nos teus olhos, estremeces e absténs.

Pita às baforadas contínuas de teu cigarro
e na fumaça me ama.

Terceiro Ato

Perder-se de fato, é fácil.
Em certos momentos a vida me disse:
- Intoxique-se!
Fumo.
Estremeço.
Sigo.
-Apaixone-se!
Aqui estou.
Quarto Ato

Transponho e me acomodo ao teu lado.
Obviamente não o encontro, igualmente nem existes.
Mas te suponho e guardo em imagens surreais
que faço de ti, o mantenho preso em qualquer parte.

És merecedor de todas as crueldades e alegrias que comunico

Tinjo tudo isto com teu tom de pele perturbada
pois assim o entendo por completo.
Ralho meu corpo no teu,
pinto-me com tua cor puída nos punhos
e mancho teus lábios com palavras vagas,
porque me lês e nisto te reconheces,
negas, mas releva.

recapitulando

Das dedicatórias escondidas 
ou 
Das dedicatórias que não lhe dediquei 
ou 
Ao meu amor 



Das dedicatórias escondidas 
perfilam-se nos lábios 
e repousam. 

Extremamente cautelosa 
a confissão contida e paciente 
convulsiona-se 

e sobre teu ouvido 
derrama-lhe o amor sutil e refinado 
com bendita dose de acanho, 
porque quem ama 
enrubesce a face 
e carrega em si um vermelho doído de ausência e prontidão. 

ou 

Das dedicatórias que não lhe dediquei 
e foram muitas, 
Mas todas foram possíveis poemas 

em cada verso enrodilhava teu corpo 
num lirismo absurdo 
de te amo 
te amo 
te amo 
te amo 

ou 
Ao meu amor 

Amo 
antes do primórdio 
de te conceber como idéia de amor 
antes das palavras indiscretas 
que te disse uma vez. 

Por que já te amava na suposição, 
e na construção abstrata 
te enchia de ares 
lambia teus dedos sujos, 
e no teu corpo dançava 
pintado a vermelhão. 

Com cinzéis te reinventava a grosso modo 
te reproduzia esculpido em versos, 
e na minha língua sibilava vontades 
que forçosamente te serviam como passe 
até mim. 

ou 
o poema tentativa 
como na teoria do Big Bang 
acumular-se-ia na ponta de um 
alfinete 
e recriaríamos o universo. 

ou 

- Eu sempre te amei 
você só não tinha aparecido antes. 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Na barca dos amantes

Na barca dos amantes
todos chegam atrasados
com pressa de partir.
Por isso navegam disparates
e condenam-se
por erros que nunca existiram
senão porque os queriam.
Para estes apressados,
torço que se afoguem antes
de atracarem num porto seguro.
Pois do meu amor
quero a paciência de remar distâncias
e a eternidade possível
que se pode conter entre as mãos.

sábado, 17 de julho de 2010

As obrigações entre dois

Porque não corresponde eu estranho.
Para que veja
desconfiguro o rosto com trejeitos,
enfio as mãos nos bolsos
assento-me

Porque respondo, você estranha e
eu lhe imponho:
Reconfigure-se com um sorriso
tire suas mãos do bolso
que eu as beijarei.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Estes, os admiráveis

Àqueles que me constrangem
impondo-me outras realidades das quais  me achei forte
o suficiente para enfrentar.
Àqueles que me cavaram buracos e
em seguida me estenderam a mão
em seguida me tiraram o chão
e repetidamente me restituíram uma nova força.
São a estes, os admiráveis,
os vinte e cinco % que busco, ora encontro ora perco.
Estes que lutam por suas verdades a todo custo.
Nestes que me apóio e quando guerreamos
estamos prontos para defender
(nos defender)
esse ponto em comum que nos liga
que perfura quando por algum motivo
pomos tudo isso em dúvida
Vocês são feito da mais pura essência
(não transcenda isso para o divino, deixe na escala humana que é a nossa)
que não poderia descrever a ninguém
porque disso, só intenciono deixar no ar, na mente dos que lêem isso
a certeza que é em vocês que vivo.

Vocês me tiram do eixo e mesmo assim,
atropeladamente
me recomponho.

terça-feira, 16 de março de 2010

Derrames III



A partir do terceiro passo
já é rotina
a partir da segunda garfada 
o gosto é familiar
e o que acomete esse poema é sua ausência
misto de saudade, carência e colheres de piegas
angústia de instante 
derrame 
e no fim do quarto passo
já é tudo mentira
me contento ou me adapto:
quem ama nunca perde.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Buroamor

Buroamor é um poema lá de 2008, pelo menos é como está arquivado na pasta dos meus documentos. Tal como o poema Mudança, este continua sendo muito significativo pra mim. Bom poema.

Não deveria ter dito que te gosto
por que quando disse,
inevitavelmente assumi o compromisso 
em ter que te gostar.

Minha palavra quando proferida
se torna lei, fato, concreto-armado,
e me rendo a ela com devoção,
ajoelho-me diante dela para que
me açoite.

Não deveria ter dito que te quero
por que quando disse,
inevitavelmente assumi o compromisso 
em ter que te querer.

Minha palavra quando proferida
é bem inalienável, vibração mentirosa,
porém, que como ferida de sarampo
adquirida durante a infância, perdura
por toda sua vida, mesmo que porventura 
venha a se ocultar debaixo dos seus pêlos.

Agora, temo dizer que lhe amo,
Temo por que dizendo... 
Temo, e temer é atestar com letras
de imprensa no meio da testa 
que lhe amo, pois segundo minhas
teorias psico-psicanalíticas-de-botequim
temer que determinado sentimento se manifeste
é basicamente afirmar que você já o têm sentindo,
já o têm enraizado, já o têm pendurado na 
sua garganta

e que você quer exteriorizá-lo 
pois que esse segurar-se já lhe
põe dores nas juntas;
pois que esse abster-se já lhe
têm deixado muitas noites acordado,
muitos dias acordado pensando no porvir da noite 
na qual, por mais uma vez, não conseguirá dormir.

Eu o amo
e escuto uma canção em francês,
e passo a amá-lo definitivamente

agora

agora que disse
agora que o momento passou a existir.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Poesias de Transfiguração





Ano novo, template novo. Na verdade não sei se mudei devido ao ano novo ou as circunstâncias decorrentes. Para cada mudança, milhões de imagens e idéias se mesclam, sendo que muitas vezes o excesso me restringe e me deixa agressivo, arredio e dissonante até mesmo com as pessoas que convivo e amo. Abaixo projeto novo, chamado
Poesias de transfiguração, aquele que na segunda feira quando cheguei de viagem me tirou do meu centro. Peço desculpas a ti, meu amor e aos outros leitores boa sorte na leitura.   
Quando souber do resto, te digo.
te amo.


Poesias de Transfiguração

É sempre pela manhã minha maior carência
falta permanente nos
abraços que se apagaram durante a madrugada
e que nunca se restituirão.

É sempre pela manhã o desenlace
a imponência do sol trazendo todo
seu tépido despertar
maldita novidade da qual só eu participo
essa que me acordo
proclamando-me outro
como nascer e morrer sempre
e nisso tudo não ser ressurgido
é outro corpo: matéria transfigurada.

É sempre pela manhã que me entrego à luz
nasço com os olhos espantados
narinas excitadas

na boca,
o deguste da subnutrição.

Cresço rápido
e sendo tarde já estou prenhe de mim
sendo noite, volta o enlace,
readaptação no que você dita
e sem tempo, sem tempo, sem tempo
ter hora exata para morrer
sendo puro esquecimento sem nunca ter sido lembrança
só a descoberta triste de nunca ter tido pai.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Aos meus amores

Aos meus amores
ou
aos meus amores que partem
ou 
aos meus amores que deixei partir

a Felipe João 
minha amis maravilhosa


Se pudesse

me prendia na tua alma
e não partia mais
me ajustava na tua mala
feito calcinha ergarçada
que cinicamente aponta
- sou confortável.
e me ia contigo.

Amigo, mas que buscas loucas,
que se não fosse tu que partisse
noutro tempo seria eu.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poema Imagem II e Poema - Causa estranha


Causa estranha

Vontade de te por na cama
arriscar encaixe de corpo
acostumar-me a ele
feito forma díspare e refratada em
superfície aquática
porque tu é minha causa estranha
e vem de longe essa minha vontade
de nem te ter através de beijos ou marturbações
de nem te ter avassaladoramente e nem romanceada

Vontade de te por na cama
tentando um amor eterno.

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De A Infinita Mentira do Ser


Estou bastante feliz, participei do concurso de fotografia da UDESC, e ganhei menção honrosa na modalidade colorida com a foto aí de cima, já postei ela aqui no blog no último dia de 2008. Agora é esperar a próxima edição e almejar os primeiros lugares. ;)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Camisa de Força

O que me tem acometido culpa
é essa cópula contundente
com fresco marejo matinal;
lençóis puídos por barbas a fazer.
Ah, insanidade homeopática,
retesa meus músculos
irriga-os com pequeninas gotas,
letra por letra,
folha por folha,
e a cura paraninfa
se fará presente.
___________________________
do livro - Clique, ato, poema...
Rafael Costa

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Poema Qualquer – II

a H.
- bonito, mas tem preferências erradas.
Constrói castelos, é mais gostoso.

Uma pedra arremessada
no céu da boca
eclodiria em castelos do avesso.
Sem saber, vendaria teus olhos
e o faria subir a torre mais elevada
para como num beijo
repousar sobre minha língua.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...