Sob enlevado sentimento da incerteza, a cabeça atordoa-se.
Pior que a incerteza, só a própria certeza do suposto pior.
E o pior é uma manta de carne intoxicada.
Sonhar, depois de tudo, ainda será necessário?
O corpo e a sua sobrevida sem vida.
Adiantarão os ponteiros da morte,
E todos os meus desejos se darão por terra.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
A verdade fragmentada
Inspirado em Jostein Gaarder in Através do Espelho
Deus me cobra verdades por todos os lados porque é onipresente. Onipresente não no sentido de um ser mitológico enorme de olhos vigilantes açabarcando a Terra e todos os seus minúsculos viventes, mas sim, onipresente porque se fragmenta no corpo daqueles que me cercam e usa dos seus olhos para me vigiar. Se lhe falto com a verdade, na esquina me espera outro fragmento que a extrai a fórceps, e a multiplica pela boca com outros fragmentos.
É que a verdade tem que nascer
E se estilhaçar e se reunir a outros fragmentos.
Mais do que o homem,
é
Deus que busca a unidade.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
um pouco cor anos 90
A cadeira de madeira.
O cachecol envolto no pescoço do encosto da cadeira.
O espírito no passado.
Corpo no presente.
Espírito e corpo desencontrados.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
romantismo anacrônico
Pensei em te agarrar pelas pernas,
ou segurá-lo pelos cabelos,
pelas mãos;
em por as minhas mãos sobre a tua cintura
e te cravar as unhas para não deixá-lo partir.
Mas recobrei a sensatez a tempo
fingindo modismos de compreensão.
ou segurá-lo pelos cabelos,
pelas mãos;
em por as minhas mãos sobre a tua cintura
e te cravar as unhas para não deixá-lo partir.
Mas recobrei a sensatez a tempo
fingindo modismos de compreensão.
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