terça-feira, 17 de setembro de 2013

17/junho - a prece


Quanto trabalho,
A que todos nos dispomos
A enfrentar diariamente.
Corremos para todos os lados
Pedindo o descanso que não virá.

Virá?

Férias!
As aguardo como se pudesse
Transformar-me em outro.
Peço para ser outro esta noite antes de dormir,
E que tudo seja bem feito.
E que dê tempo.

Por quê?

Porque a alegria é tão grande,
e sentir apenas não basta,
que faz-se preciso dizer...

Nada me embrutece

O coração arrefecido?!!
Meu Deus, eu poderia por pontos de exclamação e interrogação infinitos... nunca chegaria a uma resposta. Quantas coisas cabem num milésimo de qualquer coisa? ...
Então algo desenozou minhas mágoas

(foi sua presença?),
com seu jeito complicado que entendi como singelo de me fazer simples.
Bom é ser simples.
E esquecer que toda a minha vida está contida nas ranhuras da unha do dedão do pé.
Toda a minha vida visível na superfície da unha.

(foi sua presença que me fez ver?)
Enquanto isto e aqui,
Nada mais me dói, nem me alegra.
Permaneço sereno,
Nada me embrutece.

as coisas alheias

Tanta mágoa e rancor coração! Adélia diria, que mal de chagas te comeu coração? Assim mesmo? Pergunto à Adélia?! Eu sei que depois de 30 anos de casamento, seu coração já repartido não reconhece outro caminho senão o caminho do amor que viveu, e agora lhe deixou. 

Você me diz:

- O meu controle,
vem do pulso firme da vontade dos outros.

Parece uma poetisa. Rio. Não porque não seja capaz de ser uma poetisa de peso, mas porque é burra, e só sabe falar poesia quando sofre. Mas queria você de volta, fazendo bolo enfeitado, vivendo sua vida, a sua família como antes. Fazia-me tão bem, o seu bolo repartido, dando de comer a nós todos, enquanto falávamos sobre coisas alheias.

Ai, as coisas alheias! Meu amor, volte a ser alheia conosco, volte a ser alheia como nós, com aquele seu cigarro e sua boca sempre aberta pronta pra mandar o rei tomar no cu.