terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Derrames





Se soubesse que te traio pelo cheiro
e pelo nariz vou sentido peles estranhas
mesclando-as ao meu faro
consumindo-as num contato lépido e displicente
forma de vazar meu desejo pelos outros
sem que o note.
porque meu desejo é sempre mais que um
e o meu amor aspira compreender
a totalidade dos homens.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Poesias de Transfiguração





Ano novo, template novo. Na verdade não sei se mudei devido ao ano novo ou as circunstâncias decorrentes. Para cada mudança, milhões de imagens e idéias se mesclam, sendo que muitas vezes o excesso me restringe e me deixa agressivo, arredio e dissonante até mesmo com as pessoas que convivo e amo. Abaixo projeto novo, chamado
Poesias de transfiguração, aquele que na segunda feira quando cheguei de viagem me tirou do meu centro. Peço desculpas a ti, meu amor e aos outros leitores boa sorte na leitura.   
Quando souber do resto, te digo.
te amo.


Poesias de Transfiguração

É sempre pela manhã minha maior carência
falta permanente nos
abraços que se apagaram durante a madrugada
e que nunca se restituirão.

É sempre pela manhã o desenlace
a imponência do sol trazendo todo
seu tépido despertar
maldita novidade da qual só eu participo
essa que me acordo
proclamando-me outro
como nascer e morrer sempre
e nisso tudo não ser ressurgido
é outro corpo: matéria transfigurada.

É sempre pela manhã que me entrego à luz
nasço com os olhos espantados
narinas excitadas

na boca,
o deguste da subnutrição.

Cresço rápido
e sendo tarde já estou prenhe de mim
sendo noite, volta o enlace,
readaptação no que você dita
e sem tempo, sem tempo, sem tempo
ter hora exata para morrer
sendo puro esquecimento sem nunca ter sido lembrança
só a descoberta triste de nunca ter tido pai.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Estética poética




Um bom poema
nasce de outro poema
não nasce do nada e nem das coisas
Não nasce de existências astrais
não participa de outros mundos
que não o da palavra
Avesso, é avatar terrestre incumbido
de códices, index e emoções
que se espiritualiza e intenta ao céu;
céu feito de gente servida de buscas
postas em badejas de papel.

Palavra nasce da palavra
e uma letra dá a mão a outra
como átomo que se encaixa a outro átomo
e dança ciranda,
ora em roda, ora em fila
e vai-se embora,
fingido de morte
no sentimento alheio.