quinta-feira, 13 de maio de 2010

A Pedro Ludgero e seu livro Sonetos para-infantis – Agradecimento.

Depois de um longo dia sem fazer nada (sigo a filosofia do nadismo), chega por correio um malote de Portugal contendo um livro chamado, Sonetos para-infantis de Pedro Ludgero, editora Incomunidade, 2010.
Aqui vai meu agradecimento pelo esforço e gentileza em me remeter esta obra poética, repleta de descobertas e invenções. Sinto-me honrado, semelhante a uma criança que recebe alguma medalha e a estampa por aí, e com todo direito, afinal, o livro viajou muito para estar nas minhas mãos. Pedro Ludgero, um abraço atlântico,

Rafael Costa.

sexta-feira, 7 de maio de 2010



Resumo

Porque é triste o começo
eu anuncio o fim
porque deverá ser alegre o fim
é que maldigo o começo sem me precipitar;
por isso mordo os extremos
feito cadela no cio
ou como fagia felina:

o nascituro disforme,
por natureza,
é abocanhado pela mãe.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Aos que vivem morrendo




Aos que vivem morrendo
Ou
Aos que morrem todos os dias
Ou
Aos homens que são humanos 

(Início do poema)

Não escrevo às almas
ou para as mentes que ralham
este poema;
escrevo ao corpo,
ao corpo que se contorce na cama
por comichão, fome e frio,
que vai à luta através do sonho
e por isso dorme a maior parte do
tempo.
No sono in sonho, coabitam,
bolinam as ninfas, ninfetas
e impúberes.

(o poema foi até aqui.)

Dito este e tantos outros que
meus dedos ainda lançarão
a vós, corpos inutilizados,
inutilizáveis, ojerisados por
esta doença infectocontagiosa
que fissura seus lábios,
efemina seus músculos
e bebe da umidade de seu corpo.

Só a vós vou e também
unicamente ao vosso reino.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...