domingo, 2 de maio de 2010

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Chá das Cinco - Parte II

Se nosso passado é tomado
em xícaras de café ou chá,
o meu é apenas registrado
em caligrafia crua.

Meu passado
vira poema ou toada,
é que poeta têm existência breve
sofre da doença “inadequado”,
por isso escreve,
prega as situações
ao pé de sua cama
e faz delas cárceres domésticas.

E o único contato
com o “Abre-te Sésamo”,
o mundo que Deus fez em seis dias,
é o chá que em discurso sucinto
acaba no quinto e descansa no sexto.

O sétimo...
o sétimo que se dane.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eis o homem e aos cachorros os que não me entenderem



(sim, referência e reverência absoluta à Nietzsche)

Deixe que eu cubra esta mesa
que aqui será altar de realidades inventadas
a que me ponho no centro

(divindade despótica e crente absoluto)

exerço meu culto
peço meu milagre
como se estivesse em outro país
e lá fosse permitido matar.

Sim, não cometo erros e nem crimes
estou acima da moralidade
mas se for preciso
reescrevo minhas leis,
porque não há religião maior do que a que inventei.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...