sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um pouquinho além


Um pouquinho além

Um pouquinho além
já seria muito além
como transpor a distância incauta
ou o fim da sempre sabida.

Um pouquinho além
já lhe daria direito
ao reinvento.

Faria do plácido feito
um eterno desespero
do segundo encontro
idas de retorno
do último beijo
o aceno de longe
e do próximo passo
a decisão:

-Viver é sempre um risco
evitá-lo é tolice.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Camisa de Força

O que me tem acometido culpa
é essa cópula contundente
com fresco marejo matinal;
lençóis puídos por barbas a fazer.
Ah, insanidade homeopática,
retesa meus músculos
irriga-os com pequeninas gotas,
letra por letra,
folha por folha,
e a cura paraninfa
se fará presente.
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do livro - Clique, ato, poema...
Rafael Costa

sábado, 3 de outubro de 2009

Epigrama nº 04



Não tenho problemas em usar salmos da Bíblia
nem se fosse o Alcorão, o Gitã, o giro Sufi
ou o Kama Sutra
Porque se for para te amar
Amar-te-ei sem credo.

domingo, 27 de setembro de 2009







II

Porque me aliciava as suas palavras como a um exército empunhando bandeiras. Abríamos pântanos e brejos, cheirávamos a lodo. Resumíamo-nos na confissão de um amor sujo que sobre o piso contata e assenta.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

.fura o dedo faz um pacto comigo - artigos

Quando surge a necessidade,
fazemos por onde,
criamos.

O Blog .fura o dedo faz um pacto comigo pretende ir além, para isso surgiu a necessidade de criar mais uma página (blog), no qual pudesse postar artigos acerca de observações feitas por mim no campo da poesia, sua construção estética e afins.

a poesia ainda pode libertar os escravos

Espero que gostem.

Link para o artigo:

terça-feira, 25 de agosto de 2009


I
Rendia-se ao sofá desbotado numa espécie de auto-indulgência, amarrava prazeres. Compôs, resvalando sobre o púbis, a promessa do toque que justificasse o gozo. Lambia-se os lábios e nos olhos se via refletir o brilho amalgamado de ardores, vislumbres e pequenos delírios.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Um por sessenta, por mil

Eu só preciso de um segundo,
desses que são divididos por mil,
que perduram o abraço, o beijo, a reza.
Um segundo que em cada milésimo
houvesse a infinidade de tudo o que é
limítrofe em nossas vidas tão fissionadas.
O segundo que minha’lma busca
na brevidade de uma pausa consentida
por um enredo-amigo sabido:

-Não fales, nem gesticules,
poupe-nos o segundo,
registremos apenas o
instante,

a
s
s
i
m
pendentes.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Poema Qualquer – II

a H.
- bonito, mas tem preferências erradas.
Constrói castelos, é mais gostoso.

Uma pedra arremessada
no céu da boca
eclodiria em castelos do avesso.
Sem saber, vendaria teus olhos
e o faria subir a torre mais elevada
para como num beijo
repousar sobre minha língua.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Poema Qualquer

Um sopro
na tua boca
inflaria teu mundo
num enorme balão de gás
que alçaria vôo
para além céu além
e entre pássaros te encontrarias
pairando sem asas, declaradamente louco,
e em tua loucura devolverias meu sopro
para subitamente cair, cair, cair, cair, cair...
Preferível, mesmo, é não amar.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...