Isso não é meu.
esses sentimentos embotantes do pensamento e da alma
.
fico parado
observando esse desajuste
e lá de dentro
ouço um rangido
de porta que não se abriu
de engrenagem emperrada
que não girou
mas que marcou no tempo
seu descompasso
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
sábado, 3 de setembro de 2016
Verticalização
II
No círculo da Bruxa
acenaram positivamente para mim
que sim! sim,
haviam percebido minha chegada
antes mesmo de ali me fazer presente
de me sentir presente
corpo e mente
num deslocamento improvável
de despertencimento
nem onde estive, nem onde estava
(...)
embora pudesse lhes trazer à mente
um quadro de Francisco de Goya:
figuras míticas do assombro:
bestas deglutindo crianças
como quem aperitiva pedaços de frango;
bruxas em seu trajes miseráveis
em torno de um diabo a sorrir,
de chifres e guirlandas,
tudo
sobre um fundo escuríssimo
como nos olhos negros
do menino que há pouco vi na foto.
No círculo da Bruxa
acenaram positivamente para mim
que sim! sim,
haviam percebido minha chegada
antes mesmo de ali me fazer presente
de me sentir presente
corpo e mente
num deslocamento improvável
de despertencimento
nem onde estive, nem onde estava
(...)
embora pudesse lhes trazer à mente
um quadro de Francisco de Goya:
figuras míticas do assombro:
bestas deglutindo crianças
como quem aperitiva pedaços de frango;
bruxas em seu trajes miseráveis
em torno de um diabo a sorrir,
de chifres e guirlandas,
tudo
sobre um fundo escuríssimo
como nos olhos negros
do menino que há pouco vi na foto.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Lá onde os sonhos se tornam pesadelos
Diante da máquina obsoleta
adentrei seu corredor
ladeado de portas
diametralmente opostas.
De um lado,
Desfiladeiro de sonhos!
Do outro,
Desfiladeiro de sonhos!
E na minha arrogância,
Ousei ser maior que a
adentrei seu corredor
ladeado de portas
diametralmente opostas.
De um lado,
Desfiladeiro de sonhos!
Do outro,
Desfiladeiro de sonhos!
E na minha arrogância,
Ousei ser maior que a
Morte.
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
Diário de Bordo
Eu
Não quero esconder nada
À sensibilidade alheia
A macilência do rosto
Os olhos afundados em tristezas
Sulcos, gretas, caroços e veias
Testemunhas da minha dor,
da minha feiura
Que não mostra os dentes por vergonha
Não quero esconder nada
À sensibilidade alheia
A macilência do rosto
Os olhos afundados em tristezas
Sulcos, gretas, caroços e veias
Testemunhas da minha dor,
da minha feiura
Que não mostra os dentes por vergonha
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Verticalização
Referente à realidade
Mas na esfera dos sonhos
Busquei a palavra,
A simbólica
Matéria moldável
Dos meus delírios.
Vi o que não deveria ver
Toquei o que não deveria tocar
Abduzido dos sentidos
Na minha fuga vertical
Dei de cara com o que não queria encontrar
E novamente fui lançado
Para dentro do círculo da Bruxa.
Mas na esfera dos sonhos
Busquei a palavra,
A simbólica
Matéria moldável
Dos meus delírios.
Vi o que não deveria ver
Toquei o que não deveria tocar
Abduzido dos sentidos
Na minha fuga vertical
Dei de cara com o que não queria encontrar
E novamente fui lançado
Para dentro do círculo da Bruxa.
quinta-feira, 31 de março de 2016
não ser
o que ao vento se dava:
anteparo qualquer
em que repousa o destino.
Um campo cheio de destinos!
e na linha do horizonte,
entre o céu e a terra, no tempo,
(...)
uma nuvem formada
onde embrenhado meu corpo esteve
a correr, a desprender-se,
a mesclar-se na velocidade
com que tudo se desfaz e se refaz,
no enleio que é a morte:
- Acuso-lhe de não ser eu,
Homem ou flor,
Nem você, dente-de-leão,
Presa ou bicho.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Chá de camomila
Acalmar as gengivas
Estancar o sangramento
Imobilizar a bactéria
Combatê-la
Erradicá-la da raiz
Antes que dela se alimente,
E fortalecida,
Derrube-nos.
Estancar o sangramento
Imobilizar a bactéria
Combatê-la
Erradicá-la da raiz
Antes que dela se alimente,
E fortalecida,
Derrube-nos.
sábado, 9 de janeiro de 2016
Cu
O cabelo de cair sobre os olhos,
De contornar as pálpebras
que sobrepõem o seu oculto.
Toco o seu supercílio
que
assustado se contrai.
Há realmente segredo no que ocultas
ou eu que inventei segredo em si?
Segredo um segredo:
por trás dos teus cabelos visiono um
tesouro?
Um oculto?
Um olho?
Ou um cu?
De contornar as pálpebras
que sobrepõem o seu oculto.
Toco o seu supercílio
que
assustado se contrai.
Há realmente segredo no que ocultas
ou eu que inventei segredo em si?
Segredo um segredo:
por trás dos teus cabelos visiono um
tesouro?
Um oculto?
Um olho?
Ou um cu?
Exercício
Me apego a certa lembrança, a única.
Metonímia de você
Vivificada e vibrante.
Objeto
Me apego a certo objeto, o único.
Metonímia de lembrança
Você, vivificado, mas dormente.
Toco certo objeto, o ponto.
Pingo limão na ostra inamovível
Ato sofrível, mas de desejoso palato.
O seu orifício, antes dormente,
Agora vivificado,
o orifício a contrair-se ao meu toque
Metonímia de você
Vivificada e vibrante.
Objeto
Me apego a certo objeto, o único.
Metonímia de lembrança
Você, vivificado, mas dormente.
Toco certo objeto, o ponto.
Pingo limão na ostra inamovível
Ato sofrível, mas de desejoso palato.
O seu orifício, antes dormente,
Agora vivificado,
o orifício a contrair-se ao meu toque
- Eu o engulo!
domingo, 24 de maio de 2015
Vento
Ando muito abalado, pendente, não firmado
Como se algo muito maior que eu
Pudesse me derrubar...
Uma rajada de vento
Entre as aletas da veneziana;
Um expiro das minhas narinas
Outro das suas, Gemini
domingo, 29 de março de 2015
Intento
I
Dei ao desejo um pedaço de fita negra
e fiz feitiço na festa de santo.
Diziam-me:
teu corpo é Rei, dança...
lança pedra no fundo do poço,
liba a terra com pinga,
acende charuto,
pede benção
e sê terreno
que é de corpo
que Deus vive.
II
Ser humano de rasgar-se
na incorporação,
de quase cuspir o santo
e resgatar a incoerência primitiva
do
êxtase.
III
Desce a cantiga pela boca
Sobre o tambor
Sobre a terra
Da terra sobem as raízes
Que prendem o corpo
Incorpóreo
No espaço
IV
Sete estradas
Sete caminhos
Sete encruzilhadas
- O verbo é a verba,
Exu é troca
V
Fez a curva lá na Sete Estradas,
a que despudorada,
Arrastava sua gargalhada
Sobre o meu desgoverno
domingo, 8 de março de 2015
Poética
‘Aquilo muito melhor!’
Fui lá e fiz
Surpreendido
Que realmente era muito
Melhor
Recuperei alguma coisa de
Sentimento fraterno
Há muito esquecido
domingo, 21 de setembro de 2014
o não amor
Lamentavelmente, não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes:
Às pulgas, aos percevejos e mosquitos
Eu não os posso amar.
Há neste tipo de amor
o comichão, a irritação, o zumbido
ziiiiiiiiii iiii ziii
o contágio.
O contágio que eu não desejo.
O contágio que me impregna do insuportável,
da doença, da loucura, da insônia.
O contágio de palavras na boca sobressalto:
- Você está contaminado!
Corro entre as vielas cerebrais
entre muralhas tornadas cada vez mais altas
ao grito do não
-não, eu não estou contaminado!
Para estar contaminado
eu teria que amar in-decoro
e ser como você,
como os que não são de Deus.
Às pulgas, aos percevejos e mosquitos
Eu não os posso amar.
Há neste tipo de amor
o comichão, a irritação, o zumbido
ziiiiiiiiii iiii ziii
o contágio.
O contágio que eu não desejo.
O contágio que me impregna do insuportável,
da doença, da loucura, da insônia.
O contágio de palavras na boca sobressalto:
- Você está contaminado!
Corro entre as vielas cerebrais
entre muralhas tornadas cada vez mais altas
ao grito do não
-não, eu não estou contaminado!
Para estar contaminado
eu teria que amar in-decoro
e ser como você,
como os que não são de Deus.
-não, eu não estou contaminado!
Para estar contaminado,
eu teria que me envolver
e eu nunca me envolvi.
II
Lamentavelmente, não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes:
às pulgas, aos percevejos e mosquitos
eu não os posso amar mais.
Apesar de
já os ter amado,
até me deitado e gozado à revelia;
aberto chagas com as unhas,
pinçado a broca branca do pepino
e comido o aproveitável.
III
Lamentavelmente não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes.
Há neste de tipo de amor
uma frieza dos diabos,
ou própria a dos médicos,
instrumentistas e acadêmicos intelectuais:
uma frieza de olhar sociológico e profilático,
nunca o de contágio.
IV
Lamentavelmente, não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes.
Lamentavelmente também, não posso dar meu amor ao ambiente limpo e sadio,
pois há, nisto tudo que implica amor,
um doar-se, um contagiar-se, um envolver-se
que eu nunca tive.
Para estar contaminado,
eu teria que me envolver
e eu nunca me envolvi.
II
Lamentavelmente, não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes:
às pulgas, aos percevejos e mosquitos
eu não os posso amar mais.
Apesar de
já os ter amado,
até me deitado e gozado à revelia;
aberto chagas com as unhas,
pinçado a broca branca do pepino
e comido o aproveitável.
III
Lamentavelmente não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes.
Há neste de tipo de amor
uma frieza dos diabos,
ou própria a dos médicos,
instrumentistas e acadêmicos intelectuais:
uma frieza de olhar sociológico e profilático,
nunca o de contágio.
IV
Lamentavelmente, não posso dar meu amor às moscas ou a outros insetos infestantes.
Lamentavelmente também, não posso dar meu amor ao ambiente limpo e sadio,
pois há, nisto tudo que implica amor,
um doar-se, um contagiar-se, um envolver-se
que eu nunca tive.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Adesivo
Desgrudou
aquilo que antes joguei água quente,
raspei com faca, esponjei com o lado mais abrasivo,
joguei detergente e soda, a cáustica, a corrosiva;
coloquei no congelador, diagnóstico de chiclete,
disse a doutora...
desgrudou,
assim do nada,
no seu tempo,
na sua manha,
sem dizer nada a ninguém.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
domingo, 10 de agosto de 2014
poema à 4 mãos
com Natalia D'AgostinSimulacro
Simulação
Espectro
A poesia visionada na luz fragmentada: somos cacos a reluzir
(dez)pedaços multiformes de cintilante
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
de fato, a convivência
De fato a coisa mais poética que você me disse
Que “maçã boa é aquela que abelha pinga mel: a mordida é mais gostosa!”.
De fato, essa a qual mastigo e lhe oferto pedaços, um nojo!
“Esponjosa
Não açucarada
Falta mel!
Um nojo!”
Que “maçã boa é aquela que abelha pinga mel: a mordida é mais gostosa!”.
De fato, essa a qual mastigo e lhe oferto pedaços, um nojo!
“Esponjosa
Não açucarada
Falta mel!
Um nojo!”
terça-feira, 29 de julho de 2014
pós mamão papaia
entre céus e terras
o inferno é que nos infesta de paisagens
verdejantes e áridas
- O céu, simulacro inatingível,
também não nos toca.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Álvares de Azevedo
Nunca eu.
Sempre o outro usurpado.
Sou advogado
Sou cozinheiro
Sou puto
E até me arrisco no padê
Sem nunca ter advogado, dado banquetes, lucrado com sexo
ou me escondido por trás
de dunas de sal.
Sempre o outro usurpado.
Sou advogado
Sou cozinheiro
Sou puto
E até me arrisco no padê
Sem nunca ter advogado, dado banquetes, lucrado com sexo
ou me escondido por trás
de dunas de sal.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Mamão papaia
I
Será de sagitário?
Meio homem ou meio cavalo
O que atrás de mim
Se percebe
E me põe arrítmico?
a pulsação e o pensamento incontidos,
as veias dilatadas
o estômago em pontadas...
e você nem imagina.
II
Meio homem ou meio cavalo
O que atrás de mim
Se percebe
E me põe arrítmico?
a pulsação e o pensamento incontidos,
as veias dilatadas
o estômago em pontadas...
e você nem imagina.
II
Claro,
Você só pode ser de sagitário.
Porque do contrário,
Como poderia meu corpo
Reconhecer amor em si?
Eu, que amo tão limitado,
Por ser condicionalmente limitado,
Como poderia?
A não ser que seja irrefutavelmente
Sagitariano,
signo de homem-cavalo
dialética infinda entre corpo e razão,
como poderia?
Você só pode ser de sagitário.
Porque do contrário,
Como poderia meu corpo
Reconhecer amor em si?
Eu, que amo tão limitado,
Por ser condicionalmente limitado,
Como poderia?
A não ser que seja irrefutavelmente
Sagitariano,
signo de homem-cavalo
dialética infinda entre corpo e razão,
como poderia?
III
E você nem imagina
Das fantasias tecidas
Das elucubrações divagadas
Entre céus e terras
O inferno que nos testa
De paisagens verdejantes e áridas
O abundante e o outro também abundante
Porque é da tua pele e pelo
A que me refiro
Teu corpo
Onde não habita a escassez
IV
E você nem imagina
Das fantasias tecidas
Das elucubrações divagadas
Entre céus e terras
O inferno que nos testa
De paisagens verdejantes e áridas
O abundante e o outro também abundante
Porque é da tua pele e pelo
A que me refiro
Teu corpo
Onde não habita a escassez
IV
Fluido e enérgico
Leitoso ou lacrimoso
Verte de si
Tudo aquilo
Que me brota
V
Leitoso ou lacrimoso
Verte de si
Tudo aquilo
Que me brota
V
Soubesse
Que estes versos em você são brotados
Insurgiria por entre suas cobertas
Revelando o seu signo.
VI
Que estes versos em você são brotados
Insurgiria por entre suas cobertas
Revelando o seu signo.
VI
Não mentirias mais
Seu signo verossímil
VII
Seu signo verossímil
VII
Nem imaginarias de outra forma
O signo que deposita sobre seu sexo
Ou entre as dobras das barras
Do seu calção mamão papaia
Que entrecorta suas pernas peludas
E seu all star botinha branco encardido
VIII
de que lhe interessa?
Porque a mim muito me interessa.
Interessa revelar-lhe o meu amor
Ainda que velado entre as suas dobras
De silêncio e distância mamão papaia
IX
Mas que diabos seria a cor mamão papaia?
Cor primária contrastante na sua pele
Ou cor de esmalte tendência comercial para o próximo semestre?
X
As minhas unhas pintadas de mamão papaia, a fruta.
A que repartida me lembra do inverso de uma buceta,
Negros pelos de margem e seu meio rosa avermelhado,
Mamão papaia,
Sua suculência entre os meus dedos.
XI
É desta cor que seu calção fala?
Da cor que se abre e recebe?
XII
O signo que deposita sobre seu sexo
Ou entre as dobras das barras
Do seu calção mamão papaia
Que entrecorta suas pernas peludas
E seu all star botinha branco encardido
VIII
de que lhe interessa?
Porque a mim muito me interessa.
Interessa revelar-lhe o meu amor
Ainda que velado entre as suas dobras
De silêncio e distância mamão papaia
IX
Mas que diabos seria a cor mamão papaia?
Cor primária contrastante na sua pele
Ou cor de esmalte tendência comercial para o próximo semestre?
X
As minhas unhas pintadas de mamão papaia, a fruta.
A que repartida me lembra do inverso de uma buceta,
Negros pelos de margem e seu meio rosa avermelhado,
Mamão papaia,
Sua suculência entre os meus dedos.
XI
É desta cor que seu calção fala?
Da cor que se abre e recebe?
XII
Isso tudo me põe confundido,
Porque também suponho que esteja.
Centauros, mamão papaia e buceta
Põe qualquer um confundido.
Porque também suponho que esteja.
Centauros, mamão papaia e buceta
Põe qualquer um confundido.
XIII – epílogo
Mamão papaia,
é de corpo de homem que falo. Do seu corpo que é o meu desejo, mas desejo, por ser complexo demais, foge-me sempre a imagem; e por isso ainda mais é o seu nome e seu signo o meu desejo. Transformo tudo em prosa, pra ficar feito carne picadinha em cubos, tudo explicadinho, sabe? Para que, por uma vez por todas, saiba do meu amor por você... se falei em buceta e não cu de homem, perdoe-me, buscava uma imagem para a cor do seu calção mamão papaia e buceta foi o que mais se aproximou... sabe como é, dos cus que vi e lambi por ai, a maioria é arroxeado, como se se recuperassem de uma porrada...
Viu só as divagações tantas... mas maior é o seu silêncio, aposto!
Com amor,
Mamoeiro.
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o oco cheio de vazio
é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua nem o próprio gozo apree...
-
é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua nem o próprio gozo apree...
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Minha voz não é das melhores, mas o que vale é a intenção Sicromalíaco. Não sei o que realmente significa, mas sei, e isso é como dogm...