domingo, 6 de fevereiro de 2011

sem nome

Quando as nuvens põem-se a guerrear
e a luz da lua faz descer seus guerreiros sobre cavalos abstratos
para trotear pelas ruas da cidade,
num estertor poético de cascos
convocando
as 55 mil bocas desta cidade
para comer da minha poesia,
é que me ponho doido atrás de embelezamento e ordem

cavouco com faca a gramínea resistente

tinjo de cal os paralelepípedos

podo o topo das árvores

troco as lâmpadas dos postes

e nem que me custe à exaustão
ou a própria morte
vou de porta em porta
deixar uma rosa atada
com meu festejo-prece: 

junta tuas mãos em concha,
a minha poesia é tua oferenda.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Prévio
Tenho um propósito
que vou lhe esconder
até que esqueça que eu realmente tenho um propósito;
porque simpatiza seus sonhos nos meus e faz errado:
corroboro mentiras para ser feliz.

Mas se insistisse em pedir uma direção,
não mudaria a decisão
de lhe empurrar para frente, para baixo.
Solto sua mão;
Permito que se con-suma
porque simpatiza seus abismos nos meus e faz certo:
desconstruo mentiras e deixo partir.

sábado, 22 de janeiro de 2011

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...