sexta-feira, 11 de abril de 2014

coordenadas

A primeira porta à esquerda
Fica fácil
Entro sem titubear
O pensamento desanuviado
Não há erro
Ali é o banheiro

Seguindo pelo corredor
Vire à direita
Depois à esquerda
Siga reto
É a terceira porta à direita

Titubeio

O corredor escuro
Bifurcado
Encruzilhada de feitiço
Olhos vendados
Corpo desavisado

A porta à direita
Uma forca sobre o cadafalso
Um grande abismo aberto sob meus pés

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Cena

Peraí que tu é meu

Se virou
me pegou pelo braço
me arrastou d’ali

Tivemos uma noite juntos.

Foi isso.

terça-feira, 8 de abril de 2014

superstição III e IV

III

Imagine se o amor fosse um amuleto?
Um patuá, uma garrafada?
Quartzos rosa
Pesando-lhe os bolsos?

Tudo bobagem.

O que ele acredita
É em boas “vibrações”.

IV

“Coloco calcinha rosa, amor?!”
“Vermelha, paixão?!”
“Põe rosa com lacinho vemelho.
Mergulha no espumante docinho
e vem molhadinha
que dá sorte pra nós!”

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...