Deus,
por clemência,
dê-me novas colheres
para poder desperdiçá-las.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Mortaes
Nem quero seguir depois disso. Vou largar as ideias infundadas de revoluções para me tornar um pouco menos a cada dia. Tornar-me diminuto e acuado como a um animalzinho faminto. Ser outra coisa então que não precise ser explicado, nem dito nem ouvido. Ser um novo surdo mudo, ser um novo debilitado e debilitante, o embotado e embotante, ser coagido e coator.
Diz-me:
- Eu não como laranja, por que você come?
Eu:
Deixo de comer laranjas
e te agrado
e você me agrada
Ninguém de bom grado.
E se um dia nos pensamos vivos
...
Tornamo-nos meros mortais.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
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é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua nem o próprio gozo apree...
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