segunda-feira, 12 de maio de 2014

Doce é o enxovalho se é da tua boca que me vem

Doce é o enxovalho se é da tua boca que me vem
Pois tudo que chega ao meu ouvido,
vindo de ti,
só pode ser bom.

Porque vem
como tiros certeiros
sobre os cercos do amor e do ódio.

Deita o gado pelos chifres
Imola-o com sua faca
Verte o seu sangue
Sai ileso.

Estilhaça garrafas
faz um estrondo.
põe as putas,
os cafetões,
os bêbados e o dono do bar pra correr.

(Filmes de bang-bang são os seus favoritos)

Coração nauseabundo, hálito alcoólico, nicótico
entre o vício fluxo refluxo
Vou até a sua boca e com um beijo retorno
ao seu estômago.
Aperta-o como se fosse possível me extrair.

Então
me aposta
pelo prazer limítrofe de ter e me perder.
(...)
No hiato entre um blefe e um riso raso
lança as cartas, as certas
confunde o adversário
me reconquista.

Afortunado,
coloca-me num dos seus ombros
empunha sua pistola
e faz amor comigo.

Um comentário:

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...