domingo, 29 de março de 2015
Intento
I
Dei ao desejo um pedaço de fita negra
e fiz feitiço na festa de santo.
Diziam-me:
teu corpo é Rei, dança...
lança pedra no fundo do poço,
liba a terra com pinga,
acende charuto,
pede benção
e sê terreno
que é de corpo
que Deus vive.
II
Ser humano de rasgar-se
na incorporação,
de quase cuspir o santo
e resgatar a incoerência primitiva
do
êxtase.
III
Desce a cantiga pela boca
Sobre o tambor
Sobre a terra
Da terra sobem as raízes
Que prendem o corpo
Incorpóreo
No espaço
IV
Sete estradas
Sete caminhos
Sete encruzilhadas
- O verbo é a verba,
Exu é troca
V
Fez a curva lá na Sete Estradas,
a que despudorada,
Arrastava sua gargalhada
Sobre o meu desgoverno
domingo, 8 de março de 2015
Poética
‘Aquilo muito melhor!’
Fui lá e fiz
Surpreendido
Que realmente era muito
Melhor
Recuperei alguma coisa de
Sentimento fraterno
Há muito esquecido
Pornô IV
“Bando de caretas”
“Quem?”
“Os naturistas...”
“Pq?”
“Dizem que no Candomblé Exu se manifesta de pau duro”
“E...?”
“Na praia de nudismo você não pode ficar de pau duro”
“Ah...”
“Nunca fui, mas é a imagem que vendem”
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o oco cheio de vazio
é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua nem o próprio gozo apree...
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é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua nem o próprio gozo apree...
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possibilidades poéticas do confinamento antes de sair de casa, não esqueça que ontem foram 4249. Brasil, 08 de abril de 2021. *4.249 mort...