domingo, 22 de agosto de 2010

Puxe para baixo


“Puxe para baixo
Puxe para cima
O que lhe servir,
traga para dentro.
O que restar
jogue para fora.”

Após algum tempo de trabalho termino mais um livro de poemas chamado puxe para baixo, faltam muitos ajustes e também muito empenho na elaboração das ilustrações. Deixo aqui o prólogo e espero que em breve esteja publicando.

Abraço e milhões de agradecimentos àqueles que visitam o blog e principalmente aos meu amigos.




Prólogo


Trafegam nas ruas os mais diversificados meios de transporte. Pelo computador nos comunicamos e temos acesso às mais variadas formas de conhecimento. Visitamos teatros, cinemas, exposições, igrejas e terreiros de candomblé - acreditamos nos comunicar com espíritos-; construímos as mais incríveis obras de engenharia e mecânica; escutamos o popstar do momento e alguns até desbravam o universo numa nave espacial qualquer. Mas no fim continuamos não conseguindo nos localizar e saber pelo que estamos lutando, pois de tudo, o que sobra é o homem, que viaja entre o céu e a terra buscando o contato com a alma através do sonho, mas por ter corpo, restringe-se.

Puxe para baixo faz insurgir de suas páginas esse personagem absurdo, mas completamente possível, perambulando numa busca de extremos, saciando fomes efêmeras e querendo que fossem eternas; desejando e repelindo, crendo e descrendo numa destreza incrível, pois busca entender o porquê desse desajuste entre corpo, consciência e alma.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

As obrigações entre dois

Porque não corresponde eu estranho.
Para que veja
desconfiguro o rosto com trejeitos
enfio as mãos nos bolsos
assento-me

domingo, 1 de agosto de 2010

Alienação poética
ou
Procure outro escritor

Trabalho em cima de afirmações
e deixo o futuro para depois
como tudo aquilo que não me significa.

Com uma enxada numa das mãos,
colho o que me pertence
e deixo passar o resto:
faço da terra meu único espaço;
nela nunca planto ou fecundo nada,
apenas desperto se houver o que despertar:
às vezes estão todos surdos e não imploro que me ouçam,
é uma questão de desencontro.

a minha poesia só entende mais com mais,
mais com menos ou vice-versa é desencontro.


o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...