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sábado, 2 de julho de 2011

ego


Interesso-me muito pelo o que os outros dizem,
e pelo o que não dizem, mais ainda.
São sempre uns intrometidos:

Falam do meu bigode que precisa ser raspado
(raspo quando quiser voltar à civilização)

do cabelo fora de ordem
(penteio se houver necessidade)

Das unhas incrustadas em sujeira
(limpo-as antes de cortar os legumes)

E me julgam por tudo
porque me querem melhor do que eu mesmo me quero.

O último me chamou de frio.
Imagine:
eu frio?
Só porque não sei amar de forma arbitrária,
ou me queira deitado com qualquer um,
que isto vá corroborar a idéia.

II

Interesso-me muito pelo o que os outros dizem,
principalmente os amigos.
Ah! Os amigos sempre nos encorajando
com suas próprias ânsias:
“vamos, não tem nada a perder!”
ou
“vamos logo, se dê uma chance”
ou
“daqui a pouco a sua irmã casa, seus pais morrem, e eu, seu amigo,
parto e você fica aí pra titio”.
.
.
.
Mas o que seria de nós sem os bons amigos
e suas baboseiras de motivação?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Monólogo

Depois de assistir aqueles desenhos japoneses em que a disciplina só é obtida através de rigidez e violência livre, sinto sempre uma necessidade incontrolável de levar uma boa surra pra ver se me enquadro, ou como dizem, vê se eu tomo prumo na vida.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Monólogo Parte II - Alguma Coisa

- Alguma coisa. Sei que sou alguma coisa falando sobre outra alguma coisa que só eu sei sentir. Eu poderia verter sobre vocês inúmeras lágrimas e palavras que revestem minhas ações, que mesmo assim, vocês não entenderiam. São coisas minhas. Insisto para que me ouçam como um diário - branco, indefeso, silente.

Estou enfarado, corrompido, fraco. Estou farto, que é pleonasmo, mas em outra sintonia; estou farto desse joguete inútil que é viver, de maquiar-me pela manhã, vestir alguma fantasia e me servir como manjar para esses deuses superdotados de apolo, afrodite e além olimpo.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Série monólogos. Monólogo I

- Sirvam-me, estou pronto. Tirem-me do forno. Enfeitem-me com farofa e cereja. Minha pele fará cleck nos seus - cleck – dentes e então me jogue garganta abaixo, nesse abismo sem fim que é viver.

A vida é ácida.
Quimo.
A vida é básica.
Quilo.
A vida é descarga.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...