sábado, 3 de setembro de 2016

Verticalização

II

No círculo da Bruxa
acenaram positivamente para mim

que sim! sim,

haviam percebido minha chegada
antes mesmo de ali me fazer presente
de me sentir presente

corpo e mente
num      deslocamento  improvável
de despertencimento

nem onde estive, nem onde estava
(...)
embora pudesse lhes trazer à mente
um quadro de Francisco de Goya:
figuras míticas do assombro:

bestas deglutindo crianças
como quem aperitiva pedaços de frango;
bruxas em seu trajes miseráveis
em torno de um diabo a sorrir,
de chifres e guirlandas,
tudo
sobre um fundo escuríssimo
como nos olhos negros
do menino que há pouco vi na foto.







Palavrório de três versos

Convicções
apenas
Co-ficções

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Lá onde os sonhos se tornam pesadelos

Diante da máquina obsoleta
adentrei seu corredor
ladeado de portas
diametralmente opostas.

De um lado,
Desfiladeiro de sonhos!
Do outro,
Desfiladeiro de sonhos!
E na minha arrogância,
Ousei ser maior que a

Morte.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...