quinta-feira, 31 de março de 2016

Palavrório de três versos - Não ser

só existimos inertes,
em movimento
somos desconstrução

não ser


Era aquilo que chamavam de visita
o que ao vento se dava:

anteparo qualquer

em que repousa o destino.

Um campo cheio de destinos!


e na linha do horizonte,
entre o céu e a terra, no tempo,

(...)

uma nuvem formada
onde embrenhado meu corpo esteve
a correr, a desprender-se,
a mesclar-se na velocidade
com que tudo se desfaz e se refaz,
no enleio que é a morte:

- Acuso-lhe de não ser eu,
Homem ou flor,
Nem você, dente-de-leão,
Presa ou bicho.

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...