segunda-feira, 9 de maio de 2011

Saturno

Não que me falte matizes
mas prefiro que minha vida
se construa em preto e branco;
há um quê de elegância conferida
por este minimalismo.
Cor nos engana, tecnicoloriza-nos,
mente-nos um mundo mágico
palco de lata-palha-Dorothy-coração,
caminho dos tijolos amarelos e
sapatinhos feéricos.
Só numa plúmbea escala é que existimos,
revestidos de um película tênue
que destaca a transparência das taças
herdadas como o sêmen-óvulo branco que
me fez como sou

homem saturnizado pelos anéis de Cronos
paralisado no tempo de um
                                       clique.

domingo, 1 de maio de 2011

Sobre o novo layout: sequência

Seqüência

Encontram-se num beijo.
Depois se afastam.
Ficam sozinhos.
Reencontram-se.
Re-beijam-se.
Ele se despede dEla.
Ela encontra Outro.
Outro a beija no rosto.
nEla fica um pouco do beijo do Outro.
Despedem-se.
Ele e Ela se reencontram.
Ela o beija com gosto do Outro.
Ela não suporta.
Ela abandona Ele.
nEle fica o gosto dEla.
nEla o gosto dEle e do Outro.
No Outro não ficou gosto dEla. 

o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...