terça-feira, 29 de junho de 2010

epigrama 6

epigrama  6

Continuo tentando respirar debaixo d’água;
abrir os olhos no mar salgado sem que os arda;
inspirar cianeto sem que eu morra.

deve haver um jeito
de excluir da boca
a palavra impossível.

4 comentários:

  1. Impossível é ficar longe de você!

    ;*

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  2. se há jeito, n sei, mas tentar encontrar faz tudo valer a pena..

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  3. um tal de Gilles Deleuze só te diria: "corpo sem órgãos"
    eu só te digo que o jeito há! arranque da boca a língua, o impossível até permanece, mas pelo menos um tanto mais velado, e goza a dor da poesia sem a pretensão poética que ludibria.
    nós os poetas, somos no fim, só um bando de fanfarrões falastrões, pretendemos tanto o impossível, mas no fim só vivemos a experiência da impossibilidade...
    só mesmo um corpo sem órgãos supera isso.

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  4. e perdoe se dei a entender uma certa desilusão com a arte, mas de fato, hoje tô mais pra quintanista...

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o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...