terça-feira, 4 de maio de 2010

Aos que vivem morrendo




Aos que vivem morrendo
Ou
Aos que morrem todos os dias
Ou
Aos homens que são humanos 

(Início do poema)

Não escrevo às almas
ou para as mentes que ralham
este poema;
escrevo ao corpo,
ao corpo que se contorce na cama
por comichão, fome e frio,
que vai à luta através do sonho
e por isso dorme a maior parte do
tempo.
No sono in sonho, coabitam,
bolinam as ninfas, ninfetas
e impúberes.

(o poema foi até aqui.)

Dito este e tantos outros que
meus dedos ainda lançarão
a vós, corpos inutilizados,
inutilizáveis, ojerisados por
esta doença infectocontagiosa
que fissura seus lábios,
efemina seus músculos
e bebe da umidade de seu corpo.

Só a vós vou e também
unicamente ao vosso reino.

8 comentários:

  1. Forte seu post!! Excelente poema!!
    Agradeço imensamente pela visita e seu ótimo comentário!!

    Abraços,

    Paulo.

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  2. A foto me lembrou do polêmico transplante de rosto que fizeram recentemente... e me lembrou tbm de um filme q vi por indicação de um amigo mais no comecinho do ano..: "O homem elefante".

    *creio q esse poema é tbm pra ele... risas..

    abraço grande.

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  3. Paulo Z.,

    Obrigado por sua visita e por suas palavras.

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  4. Paulo,

    Não conheço a história do homem elefante, mas se este tiver uma tromba no lugar do nariz, você possui toda razão, este poema tal como a collage são para os homens elefantes.


    Abração, Paulo.)

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  5. Obrigada!
    Adorei o seu blog, e os cometário também!
    A sua poesia é muito forte! Adoro esse estilo. São poucas as pessoas que conseguem ver o invisível. E vc é uma delas
    Pode deixar que sempree starei por aqui...
    Beijos

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  6. e a arte ainda é um meio de despertar os afetos!

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o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...